Estar Sozinh@
Saber estar sozinh@. Algo que me fez perder cinco minutos do meu dia a refletir. O pouco que pensei sobre isto e a forma nada profunda com que refleti fez-me concluir que estar sozinho é um luxo. A solidão, normalmente, é abordada de uma forma negativa, mas esquecemo-nos do ponto de vista do copo meio cheio. Saber ver beleza no menos óbvio.
Cada vez mais, penso que devemos viver aprendendo a estar sozinhos, a ter momentos de solidão. Observo nas pessoas uma "sede" imensa em procurar no outro aquilo que deveriam procurar nelas mesmas, Quando depositamos no outro todo o poder de nos fazer feliz, estamos a retirar a nós próprios esse poder, que nos pertence, unicamente. a nós mesmos.
Com as redes sociais, que nos fazem estar conectados a tempo inteiro, perdemos a capacidade estarmos sozinhos. Mas é na solidão onde nos conhecemos e reconhecemos, bem como a oportunidade perfeita para podermos ser nós próprios, sem censura ou julgamentos alheios. Por isso mesmo é que devemos ter momentos a sós, para aprendermos a gostar da nossa individualidade e, posteriormente, sabermos conviver e estabelecer relações bonitas com quem nos rodeia.
Quando aprendermos que estar sozinhos pode ser sinal de independência e liberdade, vamos perceber que também precisamos de nós para curar qualquer frida, Às vezes, podemos estar rodeados de pessoas, mas ainda assim, sentirmo-nos solitários. Por isso, estar triste não é uma questão de estar sozinho.
Tudo isto, não anula o facto de que o ser humano nasceu para viver em sociedade, Sei que necessitamos uns dos outros para estar na nossa plenitude. Mas o ponto de vista com que abordo a solidão significa apenas que, muitas vezes, nos esquecemos de gostar da nossa companhia. O objetivo deverá ser gostar dos nossos momentos a sós e dos nossos momentos partilhados, O equilíbrio entre ambos trará aquilo que precisamos a tempo inteiro: estabilidade, Porque ambos necessitam um do outro para sobrevivermos e sermos, verdadeiramente, felizes.
Mas nunca esquecendo que, no fim de tudo, somos nós, presos no nosso corpo, connosco próprios.
Maria Manuel Branco



